Julgamento acontece desde esta segunda-feira (26) e a previsão é que corra até às 23h de hoje
"Bicho do Mato" chorou durante o depoimento e disse que sua vida está muito difícil (Foto: Junio Matos)
O segundo dia de julgamento dos réus Gelson Lima Carnaúba, o “Mano G”, Marcos Paulo da Cruz, o “Goma”, e Francisco Álvaro Pereira, o “Bicho do Mato”, pelo massacre de 11 pessoas e um agente penitenciário no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em 2002, começou com o interrogatório do réu “Bicho do Mato”, seguido pelo interrogatório de Goma.
Os réus estão em liberdade e só aceitaram responder as perguntas de suas defesas e do juiz direito Rosberg de Souza Crozara. Eles negaram as acusações de participação no massacre.
Bicho do Mato disse que no dia estava doente e que estava na “cela dos irmãos “ , local onde ficam os presos evangélicos. “Naquele dia, eu estava me sentindo mal, estava com os irmãos e ficamos sabendo que a cadeia tinha ‘lombrado’, permanecemos trancados na cela, orando”, disse Bicho do Mato.
O réu disse ainda que está em liberdade há mais de dois meses, que é evangélico, já cumpriu a pena e que está trabalhando. O réu chegou a se emocionar lembrando como está difícil a vida de ex-presidiário.
Goma foi o segundo a ser o interrogado e como “Bicho do Mato” também negou as acusações. Disse que ficou em sua cela no dia do massacre e que não vou nada. Está em liberdade há dois anos, é pastor evangélico, tem um ministério que cuida de vidas.
O julgamento começou ontem e a previsão do juiz é que termine ainda nesta terça-feira (27), por volta das 23h. Estudantes de direito participam do julgamento.
Conforme os autos, a chacina de 2002, começou por volta das 7h10 do dia 25 de maio, quando detentos armados com armas de fogo e armas diversas (martelos, vergalhões, faças e estoques), mataram 12 presos e o agente penitenciário José Valente Gama.
O agente foi morto com vários tiros e o ex-policial foi Luís Claudio Cordeiro de Almeida teve o crânio estourado por marteladas. O outro ex-policial Antônio Rabelo Filho, foi morto a tiros e ainda teve o corpo golpeado e cortado por arma branca.
Os acusados trancaram as celas e mataram as vítimas que estavam desarmadas. Os suspeitos dificultaram a defesa das vítimas.