Desta vez os crimes ocorreram na escola estadual Professora Hilda de Azevedo Tribuzy, localizada na avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova. As alunas teriam entre 10 e 14 anos de idade
Caso aconteceu na escola Hilda de Azevedo Tribuzy, na Zona Norte de Manaus (Foto: Junio Matos)
Mais uma série de casos de assédios sexuais a alunas que vem ocorrendo em escolas de Manaus foi registrado em uma unidade de ensino. Desta vez os crimes ocorreram na escola estadual Professora Hilda de Azevedo Tribuzy, localizada na avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova, zona Norte, onde um professor, que não terá o nome divulgado, é suspeito de aliciar ao menos 20 crianças e adolescentes, com idades entre 10 a 14 anos.
Uma das vítimas, que também não terá o nome divulgado relatou que o educador estava cometendo assédio há algum tempo. Segundo ela, o homem em um dos casos chegou a mostrar o órgão genital e tocar com o “membro” nas costas dela.
“Ele esfregou as partes íntimas dele em mim e acariciou meu cabelo falando que sou bonita e que tenho um corpo lindo. Perguntei dele: professor o que o senhor está fazendo aqui? Esfregando as partes íntimas em mim? E, ele não respondeu nada”, disse a vítima.
De acordo com outra aluna da escola estadual, que terá o nome preservado, o professor também olhava para as crianças e adolescentes do colégio de forma diferente. “Comigo ocorreu de ele ficar olhando para meus seios, minhas pernas. Com uma amiga, ele chegou a ficar encarando a no ônibus com olhares maliciosos. Ela ficou com tanto medo que desceu uma parada antes”, destacou a jovem.
Em um dos casos, uma vítima chegou a relatar que o educador tocou nas partes íntimas dela e disse que a mesma era “gostosa”. “Ele tocou na minha bunda, falou várias palavras impróprias. Aquilo acabou comigo. Tive uma crise de ansiedade e entrei em prantos”, ressaltou a garota.
Na última segunda-feira (19) pais e alunos realizaram uma manifestação em frente a escola estadual Hilda Tribuzy, na avenida Noel Nutels. Os manifestantes pediam Justiça em relação aos casos de abuso sexual do professor as alunas da escola.
A Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) informa que, em relação à denúncia de assédio da Escola Estadual Hilda Tribuzy, estão sendo adotadas as medidas cabíveis para a apuração do caso. Inicialmente, o servidor citado foi afastado de suas atividades para abertura do processo administrativo de sindicância.
A apuração será realizada dentro da legalidade, com o resguardo da identidade das partes e com direito à ampla defesa do servidor. Se comprovado qualquer tipo de assédio, o caso será denunciado às autoridades policiais com manutenção das medidas de afastamento das funções.
As denúncias devem ser realizadas pelo canal da Ouvidoria, disponível no www.educacao.am.gov.br. A Secretaria de Educação destaca, ainda, que não compactua com condutas de qualquer tipo de assédio e que preza para que o ambiente escolar seja seguro e acolhedor.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que informou que não foi registrado nenhum Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), localizada no conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul.
No início do mês, um caso semelhante onde dois professores e um secretário escolar, que não tiveram os nomes divulgados, foram denunciados por suspeita de praticar atos libidinosos contra estudantes da Escola Estadual Rilton Leal Filho, localizada na rua Macajai, no bairro Armando Mendes, Zona Leste de Manaus. A tia de uma das vítimas relatou que os educadores faziam pressão psicológica nas alunas, além de praticar atos libidinosos, como tocar nos seios, nádegas e outras carícias nas jovens. No local, ocorreu manifestação
Na época, por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM) informou que os servidores citados foram afastados de suas atividades. Segundo a Seduc, todas as providências necessárias estão sendo tomadas, inclusive a abertura de sindicância. A Secretaria de Educação ressalta que não compactua com a conduta denunciada e que preza para que o ambiente escolar seja seguro a todos os frequentadores.