Durante a audiência, a juíza concedeu a liberdade, podendo virar prisão preventiva, se o primeiro sargento desobedecer as medidas cautelares
O primeiro sargento Hevertoh Ribeiro de Brito, lotado na 19ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), preso por disparo de arma de fogo e lesão corporal dolosa, quando faltou o trabalho para ir ao bar, teve liberdade provisória decretada, em audiência de custódia na última segunda-feira (1º) pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM)
Segundo o TJAM, o prorecesso não foi encontrado ontem, pois o nome do policial militar teria sido digitado errado, por isso não foi encontrado no sistema do órgão, erro este reparado nesta terça-feira (2). Durante a audiência, a juíza concedeu a liberdade, podendo virar prisão preventiva, se o primeiro sargento desobedecer as medidas cautelares.
Dentre essas medidas, destacam-se: a proibição de acesso ou frequência ao local do crime e outros relacionados; o consumo ou venda de drogas lícitas, ilícitas e afins; além da proibição de aproximar-se e/ou manter contato com a vítima e testemunhas.
Por fim, a magistrada recomendou o comparecimento de Hervertoh à Central Integrada de Acompanhamento de Alternativas Penais do Estado do Amazonas (CIAPA-AM), para acompanhamento psicossocial.
Entenda o caso
O primeiro sargento Hevertoh Ribeiro de Brito, lotado na 19ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), deveria estar trabalhando, mas foi preso na noite de domingo (31) em um bar no bairro Nova Esperança, zona oeste de Manaus. Ele teria agredido a dona do estabelecimento, a filha dela, efetuado disparo de arma de fogo e desacatado um supervisor de área da própria Cicom.
De acordo com o registro da ocorrência, era por volta de 22h30, quando o primeiro sargento chegou ao local acompanhado de outro homem. Eles sentaram e consumiram várias bebidas alcoólicas, depois foram para a frente do bar. Receosa em não ser paga, a dona do local foi até o portão, verificar se a dupla havia ido embora.
Ao chegar, ela viu Hevertoh conversando com uma terceira pessoa e aparentava estar com raiva. Neste momento, o policial militar percebeu a presença da mulher e já começou a tratá-la de forma grosseira. A vítima então explicou que só estava ali para perguntar se ele já iria embora e pagaria a conta, foi quando ele desferiu vários socos na mulher.
Os clientes ao verem a cena, tentaram defender a vítima, neste momento o amigo de Hevertoh agrediu um destes clientes com a arma na região da cabeça. Durante a confusão, esse mesmo amigo, agrediu a filha da vítima, a puxando pelo cabelo, machucando sua orelha.
Ao ver os clientes tentando defender a mulher, o primeiro sargento da 19° Cicom disparou oito vezes no local que é fechado, neste momento uma viatura da mesma Cicom passava pelo local e foi verificar o que estava acontecendo. Quando a guarnição entrou no bar, o policial militar Hevertoh chamou a todos de bandidos e pediu para que fossem presos.
As testemunhas então explicaram o que tinha acontecido para os policiais militares das 19ª Cicom, que foram conversar com o militar, onde acabou desacatando o S.A e recebendo voz de prisão no local. Durante a situação, o amigo do policial conseguiu fugir, sem ser identificado.
Hevertoh ainda chegou a ser levado para o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Joventina Dias, pois estava com um ferimento no braço, por ter levado uma cadeirada. A pistola 9mm do primeiro sargento foi apreendida e ele apresentado no 19° Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde o caso foi registrado.
Faltou o trabalho
De acordo com o relatório da Polícia Militar, o primeiro sargento Hevertoh Ribeiro de Brito, estaria escalado para dar serviço de 12h, no segundo turno de domingo (31), iniciando o trabalho às 19h.
Entretanto, foi confirmado na segunda, que assim como outros cinco policiais militares, ele não compareceu ao trabalho e também não justificou sua ausência.