Taxista que levou incendiário até o Adolpho Lisboa é ouvido pela polícia
Polícia não quis dar detalhes da investigação. Além do próprio incendiário, Luiz Domingo Siso, de 60 anos, quatro funcionários da lotérica estão internados em estado grave por conta das queimaduras
(Foto: Gilson Mello)
Era início de mais uma tarde de trabalho quando permissionários, trabalhadores e populares foram surpreendidos com o incêndio criminoso, nesta terça-feira (16), na casa lotérica do Mercado Municipal Adolpho Lisboa. O atentado, que causou momentos de medo e terror, e deixou pelo menos quatro pessoas gravemente feridas, aconteceu na Rua do Barés, no Centro de Manaus.
O suspeito do crime, o venezuelano Luiz Domingos Siso, de 60 anos, chegou ao local de táxi e decidido a cometer o ataque violento, segundo informações do delegado Marcelo Martins, titular do 24° Distrito Integrado de Polícia (DIP), que apura o caso. Com um galão de gasolina e um isqueiro, o homem pôs fogo na entrada da casa lotérica, com os funcionários dentro.
Segundo o delegado Marcelo Martins, o motorista responsável por levar o homem ao local do crime foi localizado e ouvido pela polícia. Martins não deu mais detalhes sobre oitiva que ainda estava em andamento.
Populares que passavam pelo local, que tem constante movimento comercial, logo perceberam a ação criminosa, tentaram conter o homem, que resistiu e foi espancado pela população. Toda a ação criminosa, e os momentos de medo e terror foram gravados por câmeras de segurança do local e também por populares.
As imagens registradas pela câmera de segurança mostram que as chamas logo se espalharam na entrada da lotérica e formaram uma “cortina de fogo” na principal saída do local. “Isso impediu que as pessoas que estavam dentro saíssem. Quando chegamos, os populares já haviam retirado as pessoas que estavam dentro", disse o tenente Daniel Araújo.
Segundo informações da polícia, os populares conseguiram arrombar outra porta e retirar as pessoas e funcionários do local.
Conforme informações do delegado Marcelo Martins, as vítimas foram identificadas como Henison Diogo da Silva, 33, Adrielen Mota de Assis, 35, Carlos Henrique da Silva Costa, 50, e Stephanie do Nascimento Lima, 23, e todos são funcionários da lotérica. De acordo com a direção do hospital, duas estão entubadas, um no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) e um no politrauma.
O suspeito de atear fogo, Luiz Domingos Siso também está internado em estado grave no hospital João Lúcio, Zona Leste de Manaus, após as agressões cometidas pelos populares.
Incêndio controlado
O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) atendeu a ocorrência e conseguiu controlar o incêndio. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionado ao local para socorrer as vítimas.
Além da equipe técnica e de engenharia da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc) que estiveram no local para avaliar se houve danos ao patrimônio histórico.
Relatos de testemunhas
O delegado ressaltou ainda que, em 2020, Luiz Domingos Siso foi preso por tentar atear fogo em uma loja de eletrodomésticos, mas foi contigo por seguranças. Antes disso, ele também foi preso após atirar pedras em uma lotérica e resistir à abordagem policial.
A autoridade policial afirmou que quando o suspeito do incêndio foi preso em 2020, ele teria dito que estaria com um bilhete premiado e que havia sido enganado, por isso a reação à época. Porém, na audiência de custódia, ele não disse mais nada e foi liberado, segundo Martins.
"Já no local do crime testemunhas disseram que ele chegou a falar algumas coisas, porém não entenderam por ser em espanhol. Acredito que durante a sua possível doença psicológica, possa ter ligação com esse 'bilhete premiado', mas somente as investigações irão precisar isso", disse Martins, ao acrescentar que há a possibilidade de o venezuelano possuir algum tipo de distúrbio psicológico.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas.