A vítima afirmava que conhecia policiais e ameaçava pedir uma ação policial no local onde o trio suspeito agia. Um deles foi mandante do crime e os outros dois cometeram o assassinato
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Devid Ribeiro Correa, 19, Henrique Ferreira Vasconcelos, 25, e Vitor José Paulino, 62 foram presos pelo homicídio de Raylene Araújo Souza, 20, que ocorreu no dia 26 de fevereiro, no conjunto Buriti, bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus. Com o trio ainda foram apreendidos duas armas de fogo, munições e drogas.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a morte de Raylane teria sido encomendada por Vitor, que seria o chefe de uma organização criminosa da região.
"Dias antes do homicídio, a vítima já vinha confrontando essa organização criminosa. Raylene estava ameaçando soldados da comunidade, afirmando que conhecia policiais e que pediria para realizar uma ação dentro da comunidade. Além disso, ela também era revoltada que a família que mora no local, tivesse que pagar uma taxa de R$80, para ter acesso à luz e água. Somado a entrar na comunidade de farol alto e recusar-se a obedecer as ordens impostas pela organização, ela foi executada", explicou o delegado.
Os executores do crime, segundo as investigações da Operação Anomia, foram Deivid e Henrique, que seriam soldados de Vitor. Somente Henrique teria antecedente criminal, por tráfico de drogas, enquanto Deivid estaria iniciando no mundo do crime.
"Esses soldados foram na residência da mãe. A vítima estava com um filho de colo, passou para a mãe e eles deram três tiros na cabeça dessa vítima e dois no tórax. Ou seja, ela foi executada na frente dos dois. Durante prisão, recuperamos as duas armas utilizadas no crime e drogas foram apreendidas", acrescentou o titular da DEHS.
Pastor do crime
Na saída dos presos para o exame de corpo de delito, a mãe de Vitor José, aos prantos, alegou que o filho era inocente e era pastor de uma igreja evangélica. O delegado Cunha, disse ainda que as investigações juntamente com a Secretaria de Inteligência, apontam que o pastor, era o 'dono' da comunidade e recebia os dinheiro das taxas.
"Ele se autodeclara pastor, mas isso daí não nos convence. Isso não atenua a sua conduta. O fato é que ele cobrava esses tributos, isso é público e notório dentro dessa comunidade. Vitor é de uma facção dentro dessa comunidade, tinha carta branca para falar em nome dessa facção. Então mais um indivíduo perigoso que foi retirado de circulação. Vitor além disso, tem passagens por outros crimes, como tráfico de drogas e é ex-detento do sistema prisional", enfatizou.
Já Deivid, resistiu a prisão e chegou a morder o antebraço de um dos investigados da DEHS.
O trio irá responder por homicídio e associação criminosa e será conduzido à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficará à disposição da Justiça.